sábado, 23 de maio de 2009

Para o Zé ( de João Bani)


Amigos queridos de M-Música , Caiuby, Cardiem e adjacências


Ando meio sumido, muito pelos caminhos impostos pela vida, muito por decisão minha (...).O valor de amigos a gente reaprende quando vê um como o Zé iniciar uma viagem para um lugar onde aquele espírito inquieto, criativo,solidário e amigo vai continuar plantando consciências, reflexões,alegria, arte, caráter. Quando percebo o tanto tempo que fiquei sem conviver com a sua sabedoria, com sua amizade, com sua arte e com vocês. A ultima vez que nos falamos foi no início do ano, onde ele dizia que estaria aqui no Rio em Março, lançando a trilogia. Não tive mais notícias do lançamento, e quando soube que o Trio tocaria no CCBB eu estava viajando.Zé e aquela cortesia e amizade verdadeiras, relevando a acidez das nossas discussões pacientemente, culminando em trocas de receitas..kkkkkkkk. .. Quem o lia ferino e impiedosamente sarcástico nas trocas de mensagens e bem o conhecia , sabia que era a voz irônica de uma alma que gargalhava, dando pequeneza às coisas enquanto guardava para cada um de nós o verdadeiro tesouro que era seu coração.Eu tenho muita gratidão, Zé , pelo carinho principalmente com minha família. Com Vania e os meninos. Com meu pai, que hoje aos 93 anos,ainda pergunta por você. Eu não tenho nem coragem de dar a notícia da sua despedida porque vou desabar no telefone e meu Velho pode ficar sentido. Num dos seus livros, meu pai fala que "Quase me casei em Rio de Contas" com uma Trindade, acho que Filomena, não lembro bem.Descobrimos que era Tia do Zé. Rimos muito sobre a possibilidade de que hoje poderiamos ser primos se o Professor Sá Teles não zarpasse sertão afora, deixando Rio de Contas...Lembro das comidas no Play da Tânia, de uma vez que ele e Tavito cantaram coisas do Som Imaginário, num registro que ficou pra mim como uma das coisas mais bonitas que já ouvi de perto na música. As vezes em que "Teve Grajaú", o show do Sonekka e ZéEdu, o Caiuby ainda em Perdizes...Mas o que mais agradeço, Zé, é seu estímulo a tantos de nós pela nossa liberdade de criação. A força que você sempre me deu para compor, para moldar meu próprio caminho, independente de acompanhar artistas. Antes tarde do que nunca, Zé, eu tenho tentado, obrigado, Bardo.(...)

bjos e abraços,

João Bani e Vania

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