segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Sob o ponto de vista do Sá



Luiz Carlos Pereira de Sá é carioca. Bem poderia ser mineiro. Afinal, já residiu em Belo Horizonte e para lá está voltando. Seus parceiros incluem o mineiro Flávio Venturini em sucessos como “Caçador de Mim” e “Criaturas da Noite”. E, sem alarde nem estrelismos, trabalha em silêncio: discretamente, está completando 40 anos de carreira, desde suas primeiras músicas gravadas nos idos de 1965-66 como “Baleiro”, “Inaiá” – lançada por ele mesmo –, “Capoeira de Oxalá” (no primeiro LP de uma jovem chamada Rosa Maria) e “Giramundo” – seu primeiro sucesso, na voz de Pery Ribeiro. Aos poucos foi ganhando nome como cantor e compositor – vale a pena procurar seu nome nas letras miúdas da autoria de sucessos ou raridades como “Homem De Neanderthal” com os Lobos (mais tarde revivida por Ney Matogrosso) e “O Burro Cor-De-Rosa” com Serguei.
Em 1967 Sá cantou na inauguração do Teatro Casa Grande ao lado de outro jovem de futuro, o baiano Gutemberg Guarabyra, com quem, ao lado do maestro e compositor Zé Rodrix, acabou formando o trio Sá, Rodrix & Guarabyra em 1971. Definindo seu estilo com o “rock rural” – equivalente brasileiro do caipirismo sofisticado de Crosby, Stills, Nash & Young –, o trio emplacou sucessos como “Mestre Jonas”, “Me Faça Um Favor”, “Primeira Canção da Estrada” e “Vamos Por Aí”. Com a saída de Zé em 1973, Sá e Guarabyra firmaram-se como dupla de cantores e compositores das mais bem-sucedidas, não só nas paradas de sucesso (“Dona”, “Roque Santeiro”, “Espanhola”, “Sobradinho”, “Cheiro Mineiro de Flor” e, claro, “Segunda Canção da Estrada”), mas também como autores de jingles para a Pepsi-Cola (“Só Tem Amor Quem Tem Amor Pra Dar”), a Nossa Caixa (“vem pra Caixa você também”) e o guaraná Taí (“chegou pra ficar na nossa”). Após Zé Rodrix participar de algumas gravações da dupla como convidado nos anos 1990, o trio se re-efetivou como tal em 2000 e vai indo muito bem, com shows por todo o Brasil.
Além de quatro décadas de carreira, Luiz Carlos Sá completou não aparentes seis décadas de vida neste dia 15 de outubro, conservando bom humor e disposição para ainda muitas canções de estrada...

20/20 – Você, pelo menos desde o início dos anos 1970, sempre incorporou óculos à sua imagem pública, inclusive óculos escuros. Você tem ou teve algum problema de visão?

Sá – Miopia, astigmatismo e, atualmente, presbiopia.

20/20 – Zé Rodrix diz que óculos são parte integrante da personalidade dele, por isso nunca se interessou em cirurgia para remover a miopia. Você é da mesma opinião?

Sá – Sou. Óculos nunca me atrapalharam. Jogo pelada de óculos... (risos)

20/20 – Desde quando você usa óculos? Foi algo natural ou traumático, do tipo “virei o quatro-olhos da classe”?

Sá – Eu sempre quis usá-los. Uso desde os oito anos de idade.

20/20 – A maioria de seus óculos é solar ou oftálmica? Gosta de usar óculos escuros?

Sá – Gosto muito de óculos escuros, mas uso racionalmente.

20/20 – Você aderiu aos modelos “na pontinha do nariz” ou continua adepto das grandes armações?

Sá – Sou adepto dos multifocais. Com as lentes modernas, posso usar armações pequenas.

20/20 – Tem uma marca preferida de armação? E que tipo de lentes prefere?

Sá – Armani, da Sáfilo. Lentes, Varilux Multifocais Style.

20/20 – Quantos pares de óculos você tem?

Sá – Cinco. Dois claros, dois escuros e um reserva para presbiopia.

20/20 – Qual seu par de óculos preferido? Por quê?

Sá – Meu Armani novo. Porque é novo, ora...

20/20 – Alguma história engraçada ou trágica envolvendo óculos?

Sá – Uma vez, numa pelada, um dos jogadores adversários recusou-se a jogar porque o goleiro – eu – usava óculos. Na verdade eu tinha uma armação inquebrável com lentes especiais de resina que, em caso de bolada na cara, soltavam-se sem me ferir. Mas nem assim o cara jogou!

20/20 – Qual o primeiro artista que lhe vem à mente quando se fala de óculos?

Sá – Woody Allen.

20/20 – Como vai o trio Sá, Rodrix & Guarabyra? Planos para disco de músicas inéditas?

Sá – Estamos loucos pra isso. Mas é difícil convencer as gravadoras de que estamos cansados de regravar as “Espanholas” e “Sobradinhos” da vida...

20/20 – Você tem uma carreira-solo, embora bissexta. Algum plano para show e/ou disco solo? E como vão as atividades publicitárias?

Sá – Estou armando um show solo. Ainda faço alguns projetos especiais para propaganda na produtora Nova Onda, do Rio de Janeiro.

20/20 – E a dupla Sá & Guarabyra?

Sá – Por enquanto ainda está embutida no trio (ri)...
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entrevista dada ao Ayrton Mugnaini , publicada na Revista 20/20 em 2005.
http://www.2020brasil.com.br/

Um comentário:

Maria Valéria disse...

Ai, ai Hilda! rs...

Amei a entrevista oftalmológica! kkkkkkkk... Que entrevista mais suigeneris, descontraída, e informativa(essa é a melhor parte...rs...)!!!

Fiquei fã do Ayrton Mugnaini, o Jr!

E aí, fiquei imaginando que, com esse currículo admirável e tão extensa lista de atividades, o cara faz emtrevistas para se divertir, para relaxar - estas são as melhores entrevistas!

O melhor é que ele 'é de música', assim que nem que nóis! :)

Vou visitar o blog dele com com mais tempo para escutar tudo o que tem lá de bom, e ler, claro!

Obrigada pelo post interessante!

Beijos,
Maria Valéria.