quarta-feira, 19 de novembro de 2008

20 de Novembro: Aniversário de Guttemberg Nery Guarabyra

Parabéns GutByra, Gutty, Gut, Guarabyra, "Sá & Guarabyra", Guttemberg, Guttemberg Guarabyra!!!

Felicidades!!

Gut, que entrou nas nossas vidas não sei bem quando e com todo o seu carisma e sensibilidade se tornou parte integrante de todos os nossos momentos...talvez pela delicadeza de suas canções maravilhosas, ou pelas palavras tão bem colocadas nessas crônicas tão sensíveis, ou quem sabe, pelo carinho e respeito que dedica a todos, mostrando ser uma pessoa linda e iluminada...
Grande beijo e todos os votos de saúde, paz, realizações, amor, luz e grandes alegrias na sua vida...FELIZ ANIVERSÁRIO e FELIZ TODO DIA...SEMPRE!!!

Marlene.


Meu desejo de "Fada Azul" é que o mundo te cubra de bençãos para que vc continue a alegrar os corações de tanta gente com suas canções, com suas palavras, escritas ou cantadas, traduzindo a liberdade
no seu jeito de ser!

Hilda




Amarelo Ouro
guttemberg guarabyra
...

— Sabe o que mais? Não acho que deva mudar minha vida agora, trocando meu mundo atual para partilhar de outro com você.
— Mas eu não estou pedindo que você troque de vida...
— Sei que não está. Ao mesmo tempo, porém, acho que, um dia, isso terá de acontecer. Nós estamos ligados eternamente um ao outro. Eu sinto isso...
— Sabe que também acho isso? Até sonhei outro dia que estávamos viajando por um lugar bonito e que nunca nos separávamos porque estávamos atados por uma espécie de corda...
— Por uma fita!
— Uma fita? Engraçado, eu acho que era mesmo uma fita.
— Uma fita amarelo-ouro.
— Hahaha. Uma fita amarelo-ouro? Que chique! Bem, pelo menos nossas vidas não estão amarradas por uma coisa qualquer. Mas uma fita não é muito frágil?
— Claro que não. É uma fita larga, de seda resistente. E, ainda, feita de muitos anseios, de muitos sonhos. Uma fita assim dura por uma eternidade.
— Nem brinca. Não quero saber de tanta demora. Ou a gente resolve agora ou fim de papo.
— Olha, pra falar sério, eu gosto muito de você.
— Eu também de você...
— Até esta história de que alguma coisa invisível nos une eu acho que é verdade. Às vezes, ainda que eu tenha muito medo, vejo-me pensando que poderíamos realmente juntar nossos mundos...
— Acho que ainda daria uma ótima mistura.
— Como ainda?
— Porque já estivemos misturados antes, não é? E eu desconheço duas essências que, misturadas uma vez, não possam ser misturadas de novo.
— Quem sabe nossas fórmulas, nesses anos em que passamos separados, não tenham sido alteradas? Quem sabe não nos transformamos em outra coisa e hoje nossas moléculas não se combinem mais?
— Bem, pela maneira como você resiste, estou chegando à conclusão de que você não quer mais saber de mim. Então por que concordou com este encontro?
— Ora, porque estamos amarrados. Já esqueceu?
— Tá certo. Por isso mesmo não entendo o que viemos fazer aqui se não foi pra assumir isso e tentar de novo.
— Acontece que tenho medo. Temo que nossos mundos já não possam mais ser misturados...
— Queria tanto que pudessem...
— Eu também.
— Vem cá, deixa ver sua mão. Sabia que esta linha aqui é a da emoção?
— Achava que era. Mas nunca dei importância. O que você vê nela?
— Não entendo muito disso. Só que esta é tão forte, tão marcada, tão profunda, que tive de reparar.
— Como é a sua?
— Não tão especial, veja.
Por muito tempo permaneceram assim, de mãos dadas, olhando-se, sentindo o calor mútuo e experimentando a sensação de que uma nova vida surgia bem ali à frente. Lentamente, aproximaram os rostos. De perto, reconheceram-se no olfato, no calor da pele, embora houvessem estranhado um pouco o beijo rápido e inseguro. A felicidade, porém, estava ali. Não poderia ser uma armadilha, não tinha jeito de embuste, erro.
— Desencana que a vida engana!
Imediatamente pararam de devanear e caíram na gargalhada ao relembrar a frase que haviam pichado juntos nos muros da faculdade.
Logo o riso foi se dissipando. Olharam-se bem nos olhos, a noite ameaçava cair.
— Tenho de ir.
— Eu também.
— O que você propõe?
— Nada. Mas não tenho mais medo. Acho que a fita que nos envolve é muito forte.
— E muito bonita.
— Amarelo-ouro.
— Amarelo-ouro.
À beira da calçada, diante das primeiras luzes dos carros brilhando no lusco-fusco do anoitecer, observou a mão dando adeus pela janela do ônibus que se afastava. E enxergou, desde aquele adeus até o seu, aquela amarra que os unia para sempre. Estavam, quisessem ou não, ligados eternamente. Pela vida, pela emoção, pela fita amarelo-ouro.
Lentamente o ônibus subiu a avenida, misturou-se ao mundo de luzes em movimento. E desapareceu.


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Feche os olhos, Faça 3 desejos e sopre suas velinhas!!!


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